A frase é do francês Stéphane Hessel. E Ruth de Aquino, reforça o por quê dessa verdade:
"Uma pessoa indignada não é necessariamente raivosa. Indignar-se com a injustiça é estar alerta. "Os governos, por definição, não têm consciência", escreveu o romancista Albert Camus, em 1954. Felizes são os homens e as mulheres que não aceitam passivamente os malfeitos dos dos governos e dos indivíduos. A indiferença nos faz menos humanos. A resignação pode nos tornar cúmplices.
Eis dez razões para se indignar no Brasil:
1. O número de analfabetos funcionais na oitava economia do mundo. Uma contradição provocada pela contínua falta de prioridade na educação fundamental e na qualidade da instrução;
2. Os absurdos privilégios dos deputados e senadores, que aprovam aumentos para si mesmos e, além do salário, dispõem de uma verba extra irreal. Com R$ 26 mil mensais, deveriam abrir mão das mordomias;
3. A influência excessiva da Igreja sobre o Estado laico brasileiro. Em assuntos como células-tronco, controle da natalidade ou descriminalização do aborto, por que a religião se sobrepõe a razões de saúde e ciência? Que se respeitem a fé e os ditames do Vaticano como opções individuais, mas não como condutores de políticas públicas;
4. A impunidade de assassinos confessos, como o jornalista Pimenta Neves. Com recursos em cascata permitidos por lei, quem tem dinheiro, prestígio e diploma se safa da prisão, mesmo depois de confessar crime hediondo e ser condenado por júri popular;
5. A agressividade no trânsito, que torna o Brasil recordista em mortes em acidentes. O antropólogo Roberto Da Matta acaba de escrever um livro sobre isso: “Dirigir com cautela no Brasil significa ser barbeiro, bobo e idiota”. Acelerar para assustar pedestres, fechar o outro veículo, entrar na vaga alheia, bloquear os cruzamentos, xingar. Não é assim no exterior
6. A falta de educação da elite brasileira. Boa parcela de ricos desenvolve falta de educação associada à arrogância e à crença na impunidade. Joga lixo nas praias e da janela de carros importados, dá festanças ignorando a lei do silêncio, viola a legislação ambiental e sempre quer levar vantagem;
7. Os impostos escorchantes, que não resultam em benefício para a população carente. Cartéis punem o consumidor e tornam produtos e passagens aéreas no Brasil muito mais caros;
8. A falta de sistema de saúde pública que dê dignidade a quem precisa e aos mais velhos. Gente morrendo em fila de hospital ou por falta de leitos e médicos é inaceitável. Quantas CPMFs o governo exigirá?;
9. A falta de política de habitação decente para os mais pobres, mesmo com tantos prédios públicos vazios;
10. A inexistência de transporte de massas, num país que fez opção equivocada pelo carro. Metrôs e trens, ligados a uma rede de ônibus sem ranço de máfias, deveriam transportar todas as classes sociais."
Indigne-se, mas não seja chato. Contribua para a mudança. Melhor ser um indignado otimista que um resignado deprimido.
Leia-me sem a pretensão de me decifrar...
domingo, 17 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Até quando vale a pena?
Onde fica o fim da estrada dos esforços?
Quando chegará a recompensa de tantas noites em claro, de tantas abdicações, da saudade de quem deixei em troca de promessas para um futuro melhor? E se esse futuro não chegar? Se invés dele chegar, as pessoas terem que partir? E se eu ficar sem o futuro e sem as pessoas?
Dê-me alguma garantia, por favor. Não dá pra confiar no destino. Eu não o conheço... sequer sei se ele existe. Então garanta-me que brevemente não terei que desfrutar sozinha daquilo que tanto busco. Diga-me que ainda há tempo de colher frutos na mesma proporção do suor que produzi para plantar, e das lágrimas que derramei por quem decidi deixar, tudo em nome de um tão incerto futuro.
Até quando? Como saber?
Onde fica o fim da estrada dos esforços?
Quando chegará a recompensa de tantas noites em claro, de tantas abdicações, da saudade de quem deixei em troca de promessas para um futuro melhor? E se esse futuro não chegar? Se invés dele chegar, as pessoas terem que partir? E se eu ficar sem o futuro e sem as pessoas?
Dê-me alguma garantia, por favor. Não dá pra confiar no destino. Eu não o conheço... sequer sei se ele existe. Então garanta-me que brevemente não terei que desfrutar sozinha daquilo que tanto busco. Diga-me que ainda há tempo de colher frutos na mesma proporção do suor que produzi para plantar, e das lágrimas que derramei por quem decidi deixar, tudo em nome de um tão incerto futuro.
Até quando? Como saber?
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